Dona Maria e outros, muitos e muitos outros...
Dona Maria enterrou seu filho, vitimado pelo coronavírus, às 9:00 da manhã. Seu João enterrou sua esposa, vitimada pelo coronavírus, às 10:00 da manhã. Alfredinho enterrou sua mãe, vitimada pelo coronavírus, ao meio-dia. Joaninha viu seu marido descer à cova, vitimado pelo coronavírus, às 13:horas. Paulinho e Marquinhos, gêmeos adolescentes, viram sua mãe, vitimada pelo coronavírus, ser sepultada às 14 horas. E assim transcorreu o dia repleto de dor e sofrimento para milhares de brasileiros. À noite, dona Maria, seu João, Alfredinho, Joaninha, Paulinho e Marquinhos, e outros enlutados, ligaram a televisão. E lá estava ele, o Presidente da República Federativa do Brasil, a vociferar: mimimi, todos têm que morrer um dia, vão ficar chorando até quando? eu não sou coveiro, tem que enfrentar a doença como homem, não como maricas. Dona Maria e seus pares de infortúnio, choraram mais uma vez. Enquanto isso, os maus, os perversos e os insanos, deliravam saboreando cada palavra de escárnio. Nesse momento de êxtase, acompanhou-os um orgasmo múltiplo, intenso, infindável, causado pelas palavras cruéis de seu mentor maior. Sim, gozaram.
17/03/2021

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