Você tem o direito de seguir a ideologia que bem entender. Portanto, cidadão, opte pela direita, pela esquerda ou pelo centro. Não importa. É um direito que a Constituição lhe assegura. Você só não tem o direito de apoiar a zombaria, a maldade, o pouco caso, o escárnio, a falta de empatia e a pilhéria com o sofrimento alheio. Assim procedendo, você revela-se uma pessoa má, muito má.
Você é exatamente aquilo que apoia.
21/01/2021
"Seu" César preferiu dar ouvidos às noticias do WhatsApp, muito embora sua filha, Maria Cristina, médica com mestrado em epidemiologia, tentasse convencê-lo de que cloroquina e outras asneiras inúteis eram ineficazes como tratamento precoce do coronavírus. No início, "seu" César permaneceu em casa. Depois, motivado por notícias medievais e tendo absorvido as orientações de seres pré-históricos que nos cercam, "seu" César voltou a bater pernas normalmente. Afinal, depositava plena confiança em dona Cloroquina e na senhorita Ivermectina, moças de boa família e respeitosamente avalizadas pelo nosso presidente.
Resumindo a triste história. Doutora Maria Cristina não foi capaz de convencer "seu" César a respeito da importância do uso da máscara, do distanciamento social e da inutilidade das orientações do farmacologista Bolsonaro. "Seu" César, então, contraiu o vírus e morreu.
20/01/2021
E os 89 mil reais que o Queiroz depositou na conta da dona Michelle ? Um repórter fez o mesmo questionamento e a resposta do presidente foi uma ameaça de aplicar-lhe um soco na boca. Como tenho medo de ser agredido pelo ser mitológico, remeto a mesma pergunta à dona Michelle. Responda, por favor, em braille ou em português claro.
E, por caridade, sem socos na minha boca. Afinal, a dentadura é nova e custou caro.
20/01/2021
Existem duas situações que podem levar uma pessoa ao fundo do poço. Cito-as, porém, sem colocá-las em ordem de importância. Afinal, o que é relevante para alguns, pode não ter o mesmo peso para outros. A morte de uma pessoa querida, por exemplo, representa para muitos a situação mais impactante que poderia ser vivenciada e com potencial para desconstruir planos, esperanças e, especialmente, a felicidade.
Outro acontecimento que pode conduzir um ser humano à derrocada atende pelo nome de perda financeira, de maior ou menor monta. O indivíduo sofre um baque nos negócios e sua existência torna-se uma tragédia colossal em função da derrapada no padrão de vida. Este é capaz de, num ato tresloucado, cometer o suicídio.
As pessoas que se abalam fortemente com a perda de um ente querido são absolutamente diferentes daquelas que vão a nocaute com o tranco no bolso. Em nada podem ser comparadas. Água e vinho. O primeiro grupo tem sua vida fermentada nos sentimentos. A segunda patota tem como motivo de vida o dinheiro, a conta bancária e a acumulação patrimonial. Estes últimos são, em regra, mesquinhos e sovinas. Desesperam-se pelo dinheiro perdido e choram lágrimas econômicas diante da morte de seus queridos. Conheço muitos...
Pessoas e pessoas... alguns choram diante de uma sepultura, outros transformam-se em carpideiras sofridas diante da mesa de um gerente de banco.
Mas todos choram. Mesmo que por motivos diferentes.
19/01/2021